terça-feira, 10 de junho de 2008

A quem possa (a pátria) interessar

Cá estou eu, na faculdade, “assistindo” uma aula que hoje não tenho. Então já que vim até aqui na tentativa de encontrar algo mais interessante pra fazer do que dormir, resolvi atender a um pedido, e escrever para o blog do curso de comunicação.

Estava tentando amadurecer essa idéia há um tempo, pra conseguir encontrar o ponto certo e por ela no papel. Acredito que vá ser grande esse texto, então pra não ficar muito maçante, vou por em partes.

Já gostaria de deixar bem claro que NÃO estou aberto a criticas, sugestões, reclamações e muito menos, elogios.
Eu não vou me dar ao trabalho de ler os comentários. Então, não se dêem ao trabalho de comentar.

=]



- I -

Sempre fui bastante avesso a duas coisas: patriotismo exagerado, e Estados Unidos, que são fortemente unidas.

O primeiro, porque eu acho um saco esse papinho todo de morrer pela pátria, ter amor ao seu país, servir um bem maior e blá blá blá.

O segundo ponto foi realmente um preconceito (da mesma forma que a maioria das outras pessoas), que é motivado por inveja, um pensamento retrogrado e muita tendenciosidade. Adotamos uma imagem negativa e pejorativa através de influencias, e isso é uma herança 90% inegável.

A grande maioria das pessoas que compõem nosso país se desdobram em camadas de classe média pra baixo, pra ser mais claro, pobres e um pouco acima de pobres.

Nascemos pobres e vivemos essa realidade por toda nossa vida, logo, ela nos influencia e se faz como base pra nossa formação de opinião e conceitos.

Somado à movimentos pseudo-socialistas/anarquistas/comunistas, que condenam os mais abastados, jogando-lhes a culpa pela miséria do resto do país, e “aconselhando” que devemos todos manter um mesmo padrão de vida, para que todos tenham direito as mesmas coisas, acabamos adotando (e pregando) as mesma idéias (não vou mencionar a hipocrisia intrínseca na maioria desses discursos – vide o excelentíssimo presidente).



- II -

A maior potência atualmente (em vários âmbitos) continua sendo os Estados Unidos. E não vai deixar de ser tão cedo. Também já é popularmente conhecido como o maior alvo de criticas, e grande gerador de polêmicas sociais.
Todo socialista que se preza quer conhecer Cuba, abraçar Fidel Castro e Cuspir na Estátua da Liberdade.

A idéia de trabalho mútuo para o beneficio geral de uma nação é simplesmente linda.
Assim como é simplesmente inviável e impraticável.

Por que?!
Como vivemos sob um regime chamado Capitalismo, que é movimentado através do dinheiro, nós precisamos dele para abastecer uma considerável parte dos nossos desejos e necessidades.
Podemos fazer muitas coisas sem dinheiro. Eu, particularmente, aprecio muito uma “diversão de pobre”: ir até a pracinha com os amigos só pra poder jogar conversa fora, passear apreciando os pontos turísticos da cidade (igreja, rodoviária e algumas vezes, ponte), levar garotinhas pra jogar conversa fora com os amigos na pracinha, e em algumas ocasiões mais especiais, pagar 4,50 num X-salada.

Então, começamos a nos dar conta de que podemos ter mais. Nos divertir com outras versões de entretenimento, através do já mencionado dinheiro.
Se eu posso trabalhar, acumular dinheiro, e fazer coisas que me proporcionam prazer, por que não farei?
É o meu próprio esforço, em prol do meu próprio beneficio. Não há absolutamente nada de errado nisso. Certo?
EU trabalho, e junto o MEU dinheiro, e gasto como EU quiser.

Não é o dinheiro em si, mas o que ele pode proporcionar.

À grosso modo, o dinheiro abastece nossas necessidades.
Limitar o quanto uma pessoa pode crescer financeiramente é mensurar seus desejos, vontade e sonhos.
E desejos, vontades e sonhos têm o tamanho do infinito.

(Não sou contra o socialismo, anarquismo, comunismo e demais regimes de mútua cooperação. Acredito até que eles realmente funcionem, como por exemplo, no filme A Vila. Cuba deu semi-certo, mas agora começa a se corromper, por motivos de força maior. E vários outros exemplos que eu poderia citar, mas não sei quais são.)



- III -

Mas é muito feio se declarar capitalista, ainda que todos nós vivamos nessa realidade, e todos nós sejamos capitalistas.

(É tão feio, que algumas pessoas usam como xingamento o termo “capitalista”, como o João Gordo, num trote da MTV, “insultando” um imitador – bem ruim – de Silvio Santos)

Quando alguém se diz capitalista, parece que se declara desonesto, ganancioso e indiferente quanto às outras realidades além da sua própria.
Pra quem entende de mercadologia, sabe que quando se gosta e se quer ter dinheiro, jamais pode se ser indiferente a outras realidades.

Uma boa administração exige que se goste do que se faz, do ambiente em que se vive. Isso facilita absurdamente o sucesso.
E é quando retornamos ao tema inicial: patriotismo.



- IV -

O Brasil é um país patriota. De quatro em quatro anos, se a seleção consegue se classificar para os jogos. Isso já é fato mais que conhecido.
As ruas, casas, construções civis, pessoas, vitrines, carros e uma infinidade de coisas aderem às cores verde e amarelo. Usa-se com orgulho a bandeira do país. Até que os jogos acabem.
Então podemos jogar todas as bandeirinhas e balões fora, pois daqui há quatro anos centenas de vendedores vão retornar com elas. E assim se segue esse circulo vicioso.

Como eu odeio futebol, não sei muito sobre os fatos históricos desse esporte, mas sei que não é o forte dos EUA. E acredito também que eles participaram de poucas copas.
Mas sei com absoluta certeza que quando eles jogam uma bandeirinha do país fora, eles já têm outra em mão.

O patriotismo americano não é um evento raro, com data marcada pra começar e terminar. É um fato constante. E também possui dentro dessa constante, eventos especiais em nome da nação.
Não é algo que acontece apenas dentro do país, mas que se dissemina por todo o mundo, em todos os formatos possíveis: na moda, na musica, na televisão, na arte, etc.

Tente contar cinco filmes hollywoodianos onde NÃO aparece em algum momento a bandeira americana.
Agora, tente encontrar cinco filmes nacionais onde a bandeira do Brasil ou qualquer objeto que tenha a função de identificar a pátria apareça.
O cinema é uma das ferramentas mais fortes para pregar o poderio da nação americana.
E vejam que o maior número de produções cinematográficas do mundo não acontece e, Hollywood, mas na Índia.
Eu nunca vi sequer um cartaz de um filme indiano.

Quantas vezes olhamos pro lado no ônibus e vemos uma pessoa cantarolando um dos sucessos musicais da semana como Britney Spears, Justin Timberlake ou Snoopy Doggy.

E não pára mais: boné debaseball, basquete, camisa de banda, carro importado, gírias em inglês, eletro eletrônicos de marcas americanas, tênis importado...



- V -

Atualmente, 40% da população americana é estrangeira; latinos, mexicanos, asiáticos, europeus...
O que criaria uma mistura entre povos como a que existe no Brasil, se não fosse pelo orgulho americano. O prazer em se estender uma bandeira listrada e estrelada na porta de casa, de cantar o hino nacional com orgulho, de comparecer aos eventos de comemoração de fatos históricos nacionais.


É esse orgulho pelo país que consegue manter a imagem de meia população de um país, valendo pela população inteira. E que acaba por gerar um esforço maior ainda, pra que a sua nacionalidade não seja desfocada.

Meus ouvidos sangraram de tanto ouvir discursos de professores condenando os EUA e seu poder imperialista, seu capitalismo e dizendo que o Brasil é quem deve ser valorizado, e devemos desprezar o que vem de fora.
Um julgamento obviamente sem análise.

Tudo bem, tudo bem! Bombas atômicas pra explodir o mundo 13 vezes, exploração e afins.
Mas por que eu deveria desprezar um país que tem 0,10% de analfabetismo, 5% de desemprego, que exporta pro mundo inteiro, tem um índice de crescimento absurdo e ainda é referência em grande parte de segmentos mercadológicos, sociológicos, culturais e não sei o que por aqui?

Os EUA são um modelo de administração de país. Apesar de adorarem começar uma guerra e de deverem 10 trilhões de dólares pro resto da humanidade, eles ainda são um modelo de sucesso. Isso é inegável.

Qual foi o último grande protesto nacional?
O pedido de impeachment do Collor?

Lembro com clareza da mobilização do povo contra o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger (uma sábia decisão pôr esse homem no comando, e ele só não se candidatou à presidência porque não é Americano nativo).

Quando foi a última vez em que alguém no Brasil saiu nas ruas, exigindo que seus governantes voltasse atrás, porque sua decisão era incabível?
No pedido de impeachment do Collor?

E nas épocas de eleição, você sai em passeata com o partido, pelas ruas, porque realmente acredita no seu candidato?
Ou vai por causa dos amigos, da família e da farra?
Você se identifica com algum partido político?



- VI -

E o Brasil, como fica?
Quando foi a última vez em que você realmente cantou o hino nacional? Alias, alguma vez alguém entendeu o que ele significa?
Você tem uma bandeira do seu país na porta de casa? No seu quarto? Uma foto dela no computador?
Quantos CD’s nacionais você tem? E mp3? Qual foi o último filme brasileiro que você assistiu?
E por que tem um perfil no Orkut, que é um site americano, ao invés de usar o Beltrano, um site de relacionamentos brasileiro?
Você acha o Pão de Açúcar ou o Cristo Redentor monumentos dignos de serem vangloriados?
Você tatuaria a bandeira do Brasil no seu braço? Teria orgulho de integrar as forças militares nacionais?
Você gosta do Brasil?

Os Estados Unidos são o que são porque seu povo tem voz ativa. Têm orgulho de serem americanos. Batem no peito e declaram amor à pátria. E se algo não está bom pra eles, então eles reclamam. Eles são patriotas, e apesar de parecer brega e piegas, é eficiente.

Eu gosto muito do Brasil, acho um bom país pra se viver (ainda não temos guerras, e raros terremotos e furacões). E acho que gosto tanto daqui porque (ainda) não fui pra fora.
E acredito que temos potencial pra ser muito mais do que somos, pois temos condições mais que suficientes pra isso.

O que falta pra gente crescer é gostar daqui. Ter orgulho do nosso país, reclamar quando algo não nos faz bem.
Mas isso não vai acontecer. O Brasil é um país desonesto e que anda pra trás nas áreas mais importantes pro seu desenvolvimento.
O governante que toma o poder, quando não é desonesto, acaba se tornando, por conveniência ou por pressão.

Então caímos no velho discurso de que nós podemos mudar isso. Basta bater o pé.

Mas antes de fazer isso, nos falta ter patriotismo. E nós não temos.


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Observações importantes:
- Foram cinco páginas de Word, então eu não me arrisquei a reler pra corrigir.
- Eu sei que sobre os fatos mencionados aqui existem vários exemplos que provam o contrário, mas guarde eles pra você. =)
- Eu não sou a favor da União Separatista do Sul do Brasil, muito pelo contrário.
- Eu não escravizo negros e/ou asiáticos em minhas fábricas da Nike.
- Eu não sou um adorador dos EUA,as igualzinho à você, eu sou um consumidor. Querendo ou não. A diferença é que eu tenho senso da realidade.
- Só me exijam mais uma postagem daqui a no mínimo seis anos.

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Postado por Eduardo, o Terrível! :D

3 comentários:

Dani disse...

eu achei esse texto muito GAY

Unknown disse...

"hihihi!"

ai danis, vc sabe como encantar uma garota!

Anônimo disse...

Eduardo, "O" Terrivél!